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A Torre de Centum Cellas - qual a sua função?

Breves notas de leitura e de reflexão pessoal

por Lourenço Proença de Moura, em 29.01.22

CentumCelas_1_detalhe.jpg

Notas introdutórias – que temas procurei abordar

A Torre de Centum Cellas, também denominada Torre de São Cornélio, é decerto um dos monumentos mais icónicos e reconhecidos do nosso património. Situa-se no concelho de Belmonte, numa fértil planície percorrida pelo rio Zêzere. A Serra da Estrela é sua companheira próxima pelo lado poente, desaparecendo ao fundo no horizonte. Perto, pelo lado sul, a colina onde se situa a vila sede de concelho parece protegê-la.

CentumCelas_vendo_Belmonte.jpgVista de Belmonte a partir de Centum Cellas - LPM1987

É uma estrutura em granito com um carácter e imponência que ainda hoje induz respeito e admiração pelos muitos séculos que venceu. Sobre qual seria a sua finalidade, muitas lendas foram contadas, muitas hipóteses têm sido colocadas, muitos estudos têm sido feitos.

CentumCelas_1.jpg

Torre de Centum Cellas - LPM1987

Procurarei fazer uma síntese sobre o que até ao momento se conseguiu averiguar e referir um estudo que considero particularmente curioso, que para lá de abordar a torre em si, coloca uma hipótese muito interessante sobre o que pode ter sido uma povoação entretanto desaparecida. Por último, no que respeita a essa povoação, colocarei algumas hipóteses resultantes de observações e consultas pessoais.

 

Síntese do estado atual de averiguações arqueológicas

Têm sido colocadas ao longo do tempo várias hipóteses quanto à sua natureza, como por exemplo [1] ser um templo, uma prisão (pela associação ao termo “celas”), um acampamento romano, um mansio / estação de muda de animais de tiro (puxar veículos), um mutatio (albergaria para descanso dos viajantes), ou uma villa romana.

As escavações realizadas pelo IPPAR, entre 1993 e 1998, se bem que tenham coberto apenas uma pequena parte do que se veio a constatar ser um muito maior espaço de interesse arqueológico, mostraram que a Torre não se encontrava isolada, mas inserida num conjunto amplo e complexo. Seria a parte central e melhor conservada de uma villa.

O seu início de construção terá sido no 1º século da nossa era. Foi parcialmente incendiado e destruído em finais do 3º século. Nessa altura terá sofrido alterações. Bastante mais tarde, na denominada Alta Idade Média, ou seja, sensivelmente entre os anos 476 e 1000, terá incorporado uma capela dedicada a São Cornélio, a qual terá deixado de ser usada e “desapareceu” fisicamente no século XVIII mas permaneceu na memória das gentes.

 

Era uma vez… os Lancienses…

Para tentar saber mais informações sobre a possível origem desta estrutura, temos naturalmente que nos socorrer dos estudos feitos por especialistas no âmbito da arqueologia. Felizmente nos tempos que vivemos há muitas publicações disponíveis na internete, permitindo que alguém como eu, simples curioso, possa ter uma ideia razoável sobre alguns dos cenários que esses especialistas colocam.

Uma visão geral dos povos que habitavam na península pode ser facilmente encontrada, por exemplo na Wikipedia [2], de onde o seguinte mapa foi retirado.

Povos_pre_romanos.jpg

Povos Ibéricos pré-romanos / Wikipedia [2]

Nota: O mapa refere “...antes das conquistas fenícias”, mas será lapso. Deve ser “...antes das conquistas romanas”.

Há bastante debate sobre as localizações dos espaços de influência desses povos. Sobre a região em causa nesta publicação, na denominada Cova da Beira, há contudo razoável consenso de que os Lusitanos ocupariam esta região, integrando aliás os espaços atualmente nomeados como Beira-Alta e Beira-Baixa. Mas os Lusitanos, como a generalidade dos outros povos, subdividiam-se em tribos. Como seria de prever, existe ainda maior dificuldade em localizar o espaço geográfico de cada tribo. No mapa anterior, surge nesta localização a tribo dos Lancienses Transcudanos. Mas até que ponto esta localização gera consenso?

Foi por isso com muita satisfação que li o artigo de Amílcar Guerra, “Sobre o território e a sede dos Lancienses e outras questões conexas” [3], em que aborda precisamente esta questão dos espaços de ocupação de algumas tribos lusitanas nesta região.

Vou aqui fazer um brevíssimo resumo, mas o leitor poderá fazer a leitura completa no apontador que abaixo indico nas referências.

Amílcar Guerra começa por explicar que a primeira citação escrita dos Lancienses, surge na obra História Natural de Plínio [4], estudioso romano que viveu entre os anos 23 e 79 da nossa era. Sucede que essa citação tem dado azo a alguma polémica entre estudiosos, pois na verdade os Lancienses, ao contrário das outras tribos surge referida duas vezes, sendo que numa delas associada a “Ocelenses”. Explica de seguida as várias hipóteses que têm sido colocadas para que tal ocorresse, entre as quais o poder tratar-se de um lapso de transcrição. Mas assume que possa não ser o caso. Ou seja, Lancienses e Ocelenses Lancienses, poderiam indicado tribos distintas.

Esclarece depois que a descrição de Plínio parece divergir dos registos epigráficos conhecidos, ou seja registos em pedras, por exemplo em aras votivas dedicadas a deuses, ou assinalando eventos, como um conhecido texto gravado numa placa em pedra na ponte romana de Alcântara (Alcântara / Cáceres) em que se descrevem os povos que contribuíram para a sua construção.

A imagem seguinte mostra o desenho feito da placa original pelo português Francisco de Holanda (1517 – 1585) e que se encontra na sua obra Da fábrica que falece à cidade de Lisboa. No Anexo 3 apresenta-se a versão restaurada da placa e a sua transcrição.

Placa_ponte_Alcantara._Francisco_de_Holandajpg.JPGDesenho da placa original feito por Francisco de Holanda

Segundo o levantamento que Amílcar Guerra apresenta, à data deste seu estudo, eram conhecidas várias descrições epigráficas em que surge a denominação simples “Lancienses”, outras como “Lancienses Oppidani” e ainda “Lancienses Transcudani” (estes dois últimos surgem na já referida placa da ponte de Alcântara). Acrescenta ainda que na mesma região da Cova da Beira surgem textos epigráficos referindo “Ocelenses”, termo semelhante ao citado por Plínio.

Em síntese, Lancienses e Ocelenses Lancienses surgem citados por Plínio; Lancienses Oppidani, Lancienses Transcudani e Ocelenses, aparecem nos textos epigráficos.

Explica depois o autor, citando outros estudiosos, que há um aspeto muito relevante nesta questão. O termo latino “oppidum”, equivale ao termo proto celta “*okelo-“ (ocelum), significando colina, forte, ou similar [8]. Esta constatação permite assumir que os Ocelenses Lancienses referidos por Plínio possam corresponder aos Lancienses Oppidani das epigrafias.

Sobre a localização geográfica dos respetivos territórios, Amílcar Guerra refere hipóteses já antes colocadas e apresenta a sua perspetiva. São análises complexas, com base sobretudo em epigrafia e na rede viária romana conhecida. Mas para o efeito desta publicação salientaria apenas as duas propostas quanto às capitais dos dois territórios.

Argumenta o autor que na sua opinião a capital dos Lancienses Transcudani estaria situada no Mileu, junto à cidade da Guarda.

Quanto aos Lancienses Oppidani, que equivaleriam aos Ocelenses, considera que a sua capital estaria precisamente no local de Centum Cellas.

Mapa_artigo_Amilcar_Guerra.jpg

Mapa da região em análise, com os principais eixos viários. – Extraído do artigo [2] de Amílcar Guerra

A região ocupada por estes, corresponderia aproximadamente à Cova da Beira. Para justificar esta localização da capital, tem em conta as importantes descobertas feitas nas campanhas arqueológicas em Centum Cellas já referidas, em que se constata a relevância dos achados, compatíveis com um fórum romano. Tal implicaria estarmos numa localidade muito relevante na sua época de construção. Nessa sequência faz diversas referências a informações de outros autores quanto a achados ou notícias de que haveria estruturas diversas nas imediações que em vários casos terão desaparecido.

Por último chama a atenção para uma curiosidade que provavelmente não será fruto de um qualquer acaso e que o leitor possivelmente já intuiu. Trata-se da denominação comum da estrutura…

Centum Cellas ao longo das épocas surge referida em textos sob diversas formas. Por exemplo Centum Cellæ, Centum Celli, Centumcellas. O povo associou os fonemas à ideia do que seria Centocelas / Cento (de) celas. Mas é algo espantoso constatar que ao longo de 20 séculos se pode ter mantido o que, de acordo com Amílcar Guerra, terá sido a raiz da denominação base deste povo: ocellas!

 

Colmeal da Torre

O Colmeal é a localidade mais próxima da Torre de Centum Cellas.

De acordo com a Wikipedia, o nome Colmeal [5] pode derivar de ter ali havido uma área de colmeias ou ter ali existido colmo em abundância. São hipóteses óbvias, mas irei colocar uma outra.

Mas antes de abordar a questão do topónimo, vou abordar um outro aspeto curioso desta localidade que tem a ver com a topologia, em particular a sua rede de ruas. É fácil observá-la através do Google Maps. A imagem seguinte apresenta-a.

Ruas_Colmeal.jpg

Colmeal da Torre – rede de ruas - Fonte: Google Maps

O que podemos constatar?

Algo muito básico, mas pouco comum em localidades, antigas. A maioria das ruas é bastante reta, com cruzamentos na perpendicular.

O que seria de esperar era observar ruas organizadas na sua grande maioria de forma casual, “torta”, com curvas frequentes, adaptando-se às características do terreno e de acordo com a vontade das gentes que não se preocupavam em delinear ruas retilíneas. Os entroncamentos deviam ocorrer nos ângulos mais diversos. Também se percebe onde se localizaria o ponto inicial / os pontos inicias onde a localidade nasceu, de onde irradiam boa parte das ruas.

Podemos ver a seguir um exemplo de uma localidade próximas, Vale Formoso, onde essas características normais, “desorganizadas” estão patentes. No anexo 1 mostram-se outras localidades igualmente próximas e com características idênticas nos aspetos que salientei.

Ruas_Vale_Formoso.jpg

Vale Formoso – rede de ruas - Fonte: Google Maps

O que estou a sugerir, é que, como refere aliás Amílcar Guerra no seu artigo, muito possivelmente todo o espaço entre a Torre de Centum Cellas e o Colmeal da Torre, incluindo esta localidade, estão implantados sobre as ruínas de uma antiga e importante cidade, a qual se organizou pelo menos em parte de acordo com princípios urbanísticos romanos.

 

Mas irei ainda colocar outra hipótese. A de o Colmeal da Torre, estar implantado no espaço de uma antiga Villa.

O termo Colmeal pode derivar das justificações descritas atrás. Mas pode ter outra origem. Um lugar de casas de colmo não se distinguiria especialmente. Casas de colmo seriam comuns. Porquê denominar assim? A opção de ser um espaço de colmeias, para justificar ter ganho nome próprio por esse motivo, deveria ter algum realce de dimensão ou impacto económico e estar associada a qualquer referência histórica em que essa atividade fosse referida. Mas nada encontrei que tal mencionasse.

 

Faço aqui uma passagem para outra “descoberta” que ocorreu por mero acaso. Não sendo de todo demonstrativa dessa hipótese, não deixa de ser curiosa.

Tenho feito algumas leituras nos registos paroquiais da minha terra natal Caria. Casualmente, constatei situações estranhas com este topónimo. Em duas épocas distintas, nos registos de batismo, a referência a pessoas naturais do Colmeal, pais e avós da criança batizada, foi escrita de forma peculiar, não exatamente a que esperaríamos.

Encontrei duas redações diferentes, sendo que em dois dos registos (total de cinco) surge de ambas as formas:

  • Colomial (três)
  • Colomeal (quatro)

A forma de escrita é clara. Não será erro, pois ocorrem cinco vezes. As duas grafias podemos considerá-las foneticamente equivalentes sobretudo na linguagem comum. Pode não parecer muito, mas registos paroquiais de Caria, com pessoas naturais do Colmeal, são muito escassos. A minha hipótese para o aparecimento daquele “o” estranho aos nossos dias, é de que as gentes assim o pronunciariam e os padres dessa forma o registavam.

Estes registos situam-se entre 1793 e 1858. Foram feitos por dois padres diferentes. Será relevante referir que Caria era uma localidade com grande influência e intervenção por partes dos bispos da Guarda. Aí tinham residência e decerto tomariam as necessárias providências para que os párocos tivessem boa formação. A qualidade da caligrafia também indicia isso. Na imagem seguinte mostro um desses registos (no Anexo 2 apresentam-se todos). Neste caso, é o registo de batismo de Maria, nascida a 26 de Janeiro de 1846, filha legítima de Manoel Esteves Mouxo natural da Quinta do Colomeal.

Registo_Maria.jpg

Início do registo de batismo de Maria - Fonte: Registos paroquiais de Caria [9]

Não é plausível que os padres desconhecessem a existência de uma terra tão próxima e da forma como seria correto escrevê-la. Ora não sendo fruto do acaso ou de erro de escrita, tal poderá significar que aquela forma de pronunciar era comum. Poderia derivar de uma denominação mais antiga, mais próxima do original. Mas que denominação original teríamos que pudesse justificar aquela forma de ser pronunciada?

Se temos próximo um edifício romano e foram encontradas estruturas e objetos romanos nas proximidades, talvez um nome romano, porque não? Na minha mente fizeram-se vários tipos de associações fonéticas. Cheguei a uma hipótese que considero particularmente interessante. Existiu uma família romana na península ibérica de apelido “Columela”. Um elemento dessa família, de nome Lucius Junius Moderatus[6] assumia com orgulho esse outro apelido de família: Columela. Tornou-se conhecido pelos seus escritos sobre técnicas agrícolas. As suas obras são das mais relevantes para se conhecerem as técnicas agrícolas do seu tempo.

No livro A Companion to the Neronian Age [7] refere-se que este autor considerava o seu tio Marcus Columela como uma autoridade em trabalhos agrícolas. O tema da agricultura era pois do interesse de ambos.

Claro que esta hipótese de origem do topónimo “Colmeal” é especulativa, mas penso que é interessante e com alguma probabilidade de ser correta. O nome de família ter-se-á mantido associado ao lugar, evoluindo esse nome de Columela para Colomeal e agora Colmeal.

 

 

Referências

[1] – Informação sobre o monumento “Torre de Centum-Cellas” publicada no sítio da Direção Geral do Património Cultural

http://www.patrimoniocultural.gov.pt/pt/patrimonio/patrimonio-imovel/pesquisa-do-patrimonio/classificado-ou-em-vias-de-classificacao/geral/view/70345/

[2]

https://pt.wikipedia.org/wiki/Povos_ib%C3%A9ricos_pr%C3%A9-romanos

[3] – Guerra, Amílcar - Sobre o território e a sede dos Lancienses (Oppidani e Transcudani) e outras questões conexas – Revista Conimbriga nº 46, 2007

https://repositorio.ul.pt/handle/10451/10615

(A página tem um ponteiro para o documento)

[4] Plínio o Velho – referência biográficas

https://pt.wikipedia.org/wiki/Pl%C3%ADnio,_o_Velho

[5] Wikipedia – Colmeal da Torre

https://pt.wikipedia.org/wiki/Colmeal_da_Torre

[6] Wikipedia – Columela

https://pt.wikipedia.org/wiki/Columela

[7] Buckley, Emma e Dinter, Martin editaram , A Companion to the Neronian Age, John Wiley & Sons, 2013

[8] Os Os Gallaeci - Wikimedia

https://artigos.wiki/blog/en/Gallaeci

[9] Registos paroquiais de Caria – Digitalizados

https://tombo.pt/f/bmt02

[10] – Arlindo Correia – A Lusitânia no tempo dos romanos

http://arlindo-correia.com/021208.html

 

Anexo 1 – Estrutura de ruas de localidades próximas do Colmeal da Torre

Fonte: Google Maps - https://www.google.pt/maps/

Ruas_Vale_Formoso.jpgVale Formoso

 

Ruas_Aldeia_do_Soito.jpg
Aldeia do Soito

 

Ruas_Goncalo.jpg
Gonçalo

 

Ruas_Caria_centro_historico.jpgCaria / Centro histórico

 

Anexo 2 – Registos de batismos realizados em Caria com a referência Colomeal / Colomial

Fonte: Registos paroquiais de Caria – Digitalizados [9]

Apresentam-se apenas as descrições iniciais onde surgem as referências abordadas nesta publicação.

Registo_Jose.jpgJosé – 1793 – Colomeal

Registo_Bonifacio.jpg
Bonifácio – 1843 – Colomial


Registo_Maria.jpg
Maria – 1846 – Colomeal


Registo_Joaquim.jpg
Joaquim – 1848 – Colomeal e Colomial


Registo_Ludovina.jpg
Ludovina 1858 – Colomeal e Colomial

 

 

Anexo 3 – Descrição dos povos que contribuíram para a construção da ponte romana de Alcântara / Cáceres

Ponte de Alcântara Google Maps.JPGVisão atual da ponte – imagem obtida via Google Maps

 

O conteúdo seguinte foi extraído de [10] – Publicação de Arlindo Correia

Placa_ponte_Alcantara.jpg

Placa descrevendo os povos / tribos que participaram

A placa actual é do sec. XIX, feita na sequência de obras de restauro promovidas pela Rainha Isabel II de Borbón em 1859.

Terá sido reposta a partir de autores que tinham transcrito a antiga placa, como sucedeu com o português Francisco de Holanda na obra “Da Fábrica que falece à cidade de Lisboa”. Por mera curiosidade refira-se que este título pode ser ajustado para o português corrente como “Das obras que fazem falta à cidade de Lisboa”.

Nota: O jornal “Público” tem à venda, à data desta publicação, uma edição fac-similada desta obra de Francisco de Holanda a um preço acessível ( http://loja.publico.pt/categories.php?category=Livros/Colec%C3%A7%C3%A3o-Tesouros-das-Bibliotecas )

 

Transcrição:

MUNICIPIA
PROVINCIAE
LUSITANIAE STIPE
CONLATA QUAE OPUS
PONTIS PERFECERUNT
IGAEDITANI
LANCIENSES OPPIDANI
TALORES
INTERAMNIENSES
COLARNI
LANCIENSES TRANSCUDANI
ARAVI
MEIDUBRIGENSES
ARABRICENSES 
BANIENSES
PAESURES

ELIZABETH REGINA
TITULUM ET MEMORIAM RESTITUIT

Tradução:
Municípios da província da Lusitania que, com o dinheiro obtido por subscrição, completaram a obra desta ponte: Igaeditanos, Lancienses Opidanos, Toloros, Interamnienses, Colarnos, Lancienses Transcudanos, Aravos, Meidubrigenses, Arabrigenses, Banienses, Paesures.

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